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Thabatta Pimenta se pronuncia sobre agressão: “isso escancara como é ser um corpo trans na política”

A vereadora de Natal Thabatta Pimenta (PSOL) foi alvo de uma agressão física que tem a marca do preconceito pela sua condição de mulher trans. O sinistro ocorreu durante a Feirinha da Festa de Santana, em Caicó.

Em conversa com o Blog do Barreto, a parlamentar desabafou sobre os ataques sistemáticos que sofre por ser uma mulher trans na política.

“Olha, isso só escancara para as pessoas entenderem como é ser um corpo trans e um corpo trans na política, né? Porque tudo que eu já passei, nem tudo a gente mostra. Isso é porque realmente me deixou passada na situação”, afirmou.

Thabatta disse que não conseguiu identificar quem jogou o copo nela enquanto tirava foto com um homem. Ela disse que pelo contexto e da frase dita, a suspeita é de que seja uma mulher. “Ali, pelo que eu entendi, aquele homem conhece a mulher e a mulher estava indignada porque, pelo que eu entendi esses homens são bolsonaristas ou algo do tipo e gostam de mim e foram tirar essa foto comigo e a mulher indignada dizendo ela é do PT, ela é do PT ai eu disse, eu não sou PT eu sou Thabatta, eu sou do PSOL, mas isso não quer dizer que você tem que jogar um copo nessa pessoa não é porque está bêbado seja o que for mas isso não pode acontecer”, avaliou.

“Eu me senti super constrangida. Primeiro que eu não esperava, né? Que eu nunca tinha passado por essa situação, assim. E tinha uma multidão ali em cima de mim pra tirar essas fotos e tudo”, complementou.

“Era muita gente, assim, direita, centro, enfim. Esses outros aí, tudo vindo tirar foto. E os homens dizendo que gostavam do meu trabalho. Eu não entendi. Foi nada. Aí, a mulher… Acho que além de tudo, não sei se era ciúme, não sei, sei que ela era repetindo isso. Como se ao mesmo tempo a indignação por eles serem de direita e querem dizer toda hora que eu era PT”, relatou.

Thabatta disse que ficou indignada com a agressão. “Muita, muita falta de respeito. Eles nunca vão entender o que é ser uma pessoa trans na política, fazendo, seja campanha, pré-campanha, ocupando lugares. Sempre acontece algum tipo de situação”, frisou.

Ela disse que nunca vai se furtar de denunciar quando sofre agressões. “É para escancarar sim. Porque se fosse outra mulher, não passava por isso. É totalmente diferente ser um corpo trans nesse espaço assim. Mas eu não deito”, avisou.

A vereadora disse que sua equipe está tentando identificar a mulher.

POR BRUNO BARRETO-JORNALISTA

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