O abandono e os maus-tratos a cães e gatos continuam sendo um problema crescente em todo o Brasil, e a cidade de São José do Seridó não foge a essa realidade. Enquanto muitos moradores têm se mobilizado em defesa da causa animal, ainda há pessoas que insistem em agir com crueldade, abandonando animais doentes ou recém-nascidos em vias públicas e até mesmo em abrigos.

Um exemplo de solidariedade vem do casal Márcia Medeiros e Flávio, que há anos dedica tempo, esforço e recursos próprios para cuidar de 52 gatos em um abrigo construído com o apoio de amigos e voluntários. O espaço oferece alimento, cuidados veterinários e abrigo digno aos animais resgatados.

Márcia relata, no entanto, que a situação tem se tornado insustentável. Segundo ela os animais são soltos em localidades próximas ao local muitos deles vindos de outras localidades.

“Eu e meu marido estamos fazendo algo além das nossas posses para cuidar destes animais, seja com comida, remédios e outras necessidades. Estamos no limite. Quem for flagrado abandonando animais será denunciado às autoridades”, afirmou Márcia Medeiros.

A protetora pede que a população não abandone mais animais no abrigo, destacando que o casal vem retirando parte da própria renda para manter o local e garantir o bem-estar dos gatos.

Abandono e maus-tratos são crimes

No Brasil, abandonar ou maltratar cães e gatos é crime, com pena de reclusão de 2 a 5 anos, multa e proibição da guarda do animal. A punição está prevista na Lei Federal nº 14.064/2020, conhecida como Lei Sansão, que alterou o artigo 32 da Lei de Crimes Ambientais (Lei nº 9.605/98).

Márcia reforça que a conscientização da comunidade é essencial para que situações como essa não se repitam. “Queremos apenas respeito e empatia. Esses animais não pediram para estar nessa situação, e o mínimo que a sociedade pode fazer é não agravar o problema”, concluiu.