A advogada criminalista, influenciadora digital e empresária Deolane Bezerra, de 36 anos, deixou a prisão nesta terça-feira (24). Alvo da Operação Integration, ela estava presa preventivamente desde 4 de setembro. A mãe da pernambucana, Solange Alves, também foi solta. Além das duas, a Justiça de Pernambuco mandou soltar outros 15 investigados. A decisão se deu após o pedido de habeas corpus da defesa de Darwin Henrique da Silva Filho, dono da Esportes da Sorte, ser acatado pelas autoridades nesta segunda (23).
Fora da Colônia Penal Feminina de Buíque, no agreste do estado, Deolane não usará tornozeleira eletrônica. Ela estava reclusa na unidade desde o dia 11. Apesar de ter o acesso às redes sociais autorizado, a advogada vai precisar cumprir uma série de medidas cautelares, assim como os outros suspeitos.
Na decisão, o desembargador Eduardo Guilliod Maranhão estabelece restrições: não são permitidas mudanças de endereços nem ausências da Comarca de residência, sem autorização prévia da Justiça.
Além das restrições impostas no relaxamento das prisões preventivas, os envolvidos na investigação estão proibidos de praticar infrações dolosas. Eles também estão proibidos de praticar novas infrações dolosas e tem 24 horas para comparecerem no Juízo da 12ª Vara Criminal da Capital, para assinatura de Termo de Compromisso.
Deolane ficou presa na Colônia Penal Feminina de Buíque, no Agreste de Pernambuco. Ela ficou na unidade prisional depois de ter descumprido medidas cautelares impostas pelo judiciário. A penitenciária é conhecida entre as detentas do estado, e temida, segundo relatórios do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Segundo o Sindicato dos Policiais Penais do Estado, o presídio de Buíque está superlotado, com 264 presas, mas capacidade para apenas 107 vagas. Conforme um relatório do CNJ de 2022, brigas e agressões são frequentes nos presídios de Pernambuco. Elas são submetidas a isolamento preventivo, e temem serem transferidas para outras unidades como forma de castigo: “Sobretudo a Colônia Penal Feminina de Buíque”, destaca o relatório.
Na penitenciária estão presos os membros de um grupo criminoso, envolvido em um caso de canibalismo, em 2012. Os condenados foram acusados de matar, desmembrar vítimas e rechear empadas com carne humana, vendidas nas ruas de Garanhuns, cidade localizada a 230 km do Recife. Pelo menos três mortes em rituais macabros são atribuídas ao grupo, que mantinha um triângulo amoroso. Além de matar, os membros da seita comiam a carne porque acreditavam na purificação. Parte das vítimas era servida a uma criança de cinco anos que morava com o trio, e que seria filha da primeira mulher morta pelos criminosos.
Fonte: O Globo