O deputado federal Guilherme Derrite (PP-SP), que na verdade é secretário de Segurança Pública do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), em São Paulo, e que só se licenciou do cargo para voltar à Câmara como relator-sabotador do Projeto de Lei Antifacção enviado pelo Palácio do Planalto ao Congresso, precisou recuar ao vivo de sua intenção de proteger o crime organizado propondo uma alteração legal que impediria a Polícia Federal de investigar esses poderosos criminosos no país.
Humilhado e convertido num alvo de protestos massivos por parte da totalidade dos brasileiros nos últimos dias, o extremista bolsonarista participou na tarde desta terça-feira (11) de uma entrevista coletiva na Câmara, ao lado de Hugo Motta (Republicanos-PB), presidente da Casa, e de outros parlamentares.
Diante da situação embaraçosa e insustentável de tentar emplacar um absurdo que facilitaria a vida do crime organizado, que se veria sem a ação da PF para investigá-lo, Derrite culpou uma “narrativa” pela avalanche de rechaços que recebeu, sem no entanto explicar sua versão.
“Vamos manter um texto duro, disso eu não abro mão, o marco legal do combate ao crime organizado… Acabando com esse equívoco, e quero crer que tenha sido um equívoco, de que há um enfraquecimento. Muito pelo contrário: estimula-se a integração das forças policiais”, disse o bolsonarista que é o homem de confiança de Tarcísio de Freitas, num discurso constrangedor e confuso, no qual não explicou o que pretendia ao dar tal ‘mãozinha’ para organizações como o PCC e o CV.
Motta, outro que tentou patrocinar as alterações vergonhosas no PL Antifacção concebido pelo governo Lula, foi na mesma direção e disse literalmente que não haverá qualquer modificação nas atribuições da Polícia Federal.
“Não vamos permitir que nenhuma discussão aqui na Casa coloque em risco a soberania no nosso país”, discursou o presidente da Câmara dos Deputados.
Por Henrique Rodrigues
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