Um talento nato do Rio Grande do Norte no handebol feminino está cogitando deixar o estado por falta de incentivo ao esporte. A atleta Malu Medeiros, de apenas 12 anos, tem planos ousados na modalidade e sabe que, apesar do talento, é difícil alcançar o topo sem uma estrutura adequada. Para que atletas locais ganhem visibilidade nas principais competições nacionais, é essencial que o talento seja acompanhado por apoio e oportunidades.
O grande problema é que, no RN, não existem equipes mirins federadas de handebol feminino. As jovens promessas acabam “encerrando a carreira” ao final da idade escolar, o que transforma potenciais estrelas em atletas frustradas pela falta de incentivo.
Para conquistar a tão sonhada projeção, Malu aceitou o convite do Clube Sesi-Campina Grande-PB para disputar a Copa Nordeste de Clubes de Handebol Mirim, realizada em Maceió-AL. Lá, foi consagrada como a melhor meia-direita da competição e destaque em três partidas da equipe paraibana, que terminou em segundo lugar no torneio.
Ciente de que o talento da filha pode levá-la à Seleção Brasileira, Allan Almeida e a família classificam esse objetivo como prioridade. Eles estão dispostos, inclusive, a mudar de cidade para apoiar o crescimento de Malu no esporte.
“Em Natal e no RN não há clubes de handebol feminino. Isso é uma grande dificuldade para Malu e para todos os jovens que gostam do esporte. Ela recebeu um convite do Sesi-Campina Grande-PB e foi representar a equipe na Copa Nordeste Mirim de Handebol. O sonho dela é a Seleção Brasileira — assiste a todos os jogos e sempre diz que um dia vai chegar lá. Realmente pensamos em morar fora de Natal, em um centro onde o apoio ao esporte seja maior. Como já disse, Malu é a nossa prioridade”, afirmou Allan.
Apesar de estar apenas começando no esporte, que escolheu aos 10 anos, a aluna do CEI já demonstra ambição e responsabilidade — características comuns entre atletas que almejam se tornar referência.
“Sempre tive o objetivo de ser a melhor armadora direita da minha categoria. O que me fez chegar tão preparada à competição foi treinar intensamente todos os dias da semana e viajar aos finais de semana para treinar e jogar na Paraíba. Treino com meu professor da escola, com meu preparador físico e com meu técnico do SESI-PB”, ressaltou Malu.
Embora o handebol ainda não esteja entre os esportes mais populares no Brasil, a paixão de Malu surgiu logo nos primeiros contatos com a modalidade.
“Minha paixão começou nas aulas de educação física com meu professor. Ele me chamou para fazer um teste e já me colocou na equipe. Acho que o handebol deveria ter mais visibilidade, porque é um esporte muito dinâmico, competitivo e apaixonante”, destaca.
Tribuna de Norte