Um casal de idosos realizou o sonho de serem pais pela segunda vez depois de mais de três décadas. Aos 60 anos, a professora Vilma de Fátima Alves Di Raimo deu à luz a pequena Rebeca, no dia 8 de outubro, na Santa Casa de Assis.

Vilma e o marido, o agricultor Constantino Di Raimo, de 62 anos, enfrentaram opiniões contrárias dentro da própria família e o preconceito de muitas pessoas para encarar uma gestação que foi possível com a fertilização in vitro.

“Quando falamos da nossa ideia, todos nos chamaram de loucos e que não tínhamos responsabilidade. Porém, nunca deixamos nos abalar. Absorvi o preconceito, fui deixando as coisas amargas de lado para que eu pudesse ter uma gravidez saudável. E foi isso o que aconteceu”, afirma Vilma.

Moradores de Pedrinhas Paulista (SP), Vilma e Constantino têm uma filha mais velha e são avós de um menino de 11 anos e uma menina de 9, que agora são os sobrinhos da Rebeca. Carolina, que foi filha única por 36 anos, foi a primeira a saber da gestação da mãe, que aconteceu logo após a primeira tentativa de fertilização.

“Inicialmente para todos foi um choque, porque não esperávamos que daria certo assim tão rápido. Minha filha viveu um misto de sentimentos, porque é algo realmente fora do comum, ela já é mãe, foi filha única por 36 anos e agora tem uma irmã bebê. Mas, passado esse choque inicial, ela ficou muito emocionada e hoje está aqui em casa comigo, dando assistência para irmã.”

Vilma conta que sempre quis ter outro filho, mas a vida corrida, de estudo e trabalho, acabou adiando o sonho, que veio à tona em um momento em que a maioria das pessoas acharia inconcebível, tanto, que ela e o marido resolveram só contar para a filha e também para outras pessoas da família somente quando a gestação já era uma realidade.

“Eu e meu marido vimos que já tínhamos uma filha casada e com filhos, nossos netos maravilhosos, crescendo e bateu o desespero de realizar esse sonho de ter mais um bebê. Porque os netos são uma bênção, mas não são nossos, temos que devolver para os pais e a gente queria o nosso filho, o nosso bebê.”

“Estou muito feliz e emocionado, é a coisa mais linda que aconteceu em minha vida”, completa Constantino.

Para Vilma, o mais complicado durante a gestação foi enfrentar o preconceito das pessoas.

“A palavra que eu mais ouvia é que a gente era louco, mas eu sempre vi isso como uma falta de conhecimento das pessoas, e nós mostramos que o nosso sonho era possível. Estamos aqui com a nossa riqueza, a nossa vitória, aquela que estava faltando para completar nossa família. Agradeço a Deus ter realizado esse sonho.”

Já em casa, depois de receber alta nesta terça-feira (10), a “nova mamãe” recebe ajuda da filha mais velha e irmã da pequena Rebeca nos cuidados com o bebê. Apesar dos desafios de ser mãe aos 60 anos, Vilma também acredita que seu exemplo pode encorajar outras mulheres a seguirem seus sonhos.

G 1 São Paulo

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